O MELHOR DOS MUNDOS
O MELHOR DOS MUNDOS
No Brasil não falta nada. Como é bom viver aqui! Nossas praias são as mais belas do mundo, a terra produz de tudo, basta plantar. Nossa indústria não deixa nada a desejar em relação à europeia ou mesmo a americana. A japonesa, então, não dá nem para comparar. Não é que resolveram produzir máquinas fotográficas e relógios. Mas quem vai deixar de fotografar com uma Leica para usar uma Nikon ou Minolta? Absurdo mesmo é esperar que um consumidor minimamente informado troque um Omega Ferradura por um Seiko ou Orient. Não tem a mínima graça. Classe, então, não tem nenhuma.
Mas o que interessa mesmo são as coisas do Brasil. A indústria automobilística nacional vai de vento em popa. A propósito, a DKW lançou ainda há pouco um sedan de dar água na boca: E o que dizer do Simca Chambord? Vermelho e branco não deixa nada a dever a qualquer rabo de peixe americano. E ainda tem o Itamaraty, mais cerimonioso, para pessoas de mais destaque. Enfim, há carros para todos os gostos: o Pé-de-boi, o Fusca, o Gordini. Muita gente não gosta do Gordini. Mas o que querem? É barato e até muito bom. Além de tudo, é feito aqui mesmo, tem cheiro de Brasil. Foi uma pena a Romi Iseta não ter ido pra frente. Não era lá um carro muito chique, mas era inteiramente nacional. Às vezes, a gente sente que faz falta um pouco de patriotismo, valorizar o que é nosso.
E, por falar nisso, é bom saber que o comércio, principalmente nas grandes cidades brasileiras, também rivaliza com o que há de melhor em qualquer parte do mundo. Nos supermercados PEG e PAG encontramos tudo ao alcance da mão: sabonetes Lifeboy, manteiga Aviação, brilhantina Glostora, sabão Vencedor s toda alinha de produtos oas indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (uma potência essa Matarazzo. O mundo ainda vai se curvar ante a pujança da indústria nacional).
O Brasil é o país do futuro, como bem diz o Governo. Exportamos café • nosso ouro negro - para o mundo todo. Já começamos a exportar outros produtos, inclusive industrializados. Embora não se comparem em importância ao café, esses outros produtos contribuem para tornar a balança comercial mais favorável para nós. Com isso o nome do país vai se firmando no cenário internacional. É claro que, depois de conquistar o bi-campeonato mundial de futebol no Chile e às vésperas de buscar de vez a Jules Rimet no mundial da Inglaterra, o Brasil já é assunto obrigatório em qualquer conversa. Entretanto, o futuro é promissor, e podemos nos tornar insuperáveis também em outros setores além do esporte.
O lazer é outra atividade que tem prosperado muito no Brasil. Qualquer cidade brasileira, mesmo pequena, conta com um cinema. A Sétima Arte é a coqueluche dos oito aos oitenta anos. Essa indústria tem futuro garantido: as salas de exibição estão sempre lotadas; em muitas ocasiões, as filas dobram esquinas. Há razão para isso: é cativante estar no escurinho do cinema, um pacote de balas Pipper na mão, a imaginação galopando na garupa do mocinho. Enfim, o cinema é eterno. Eterna também é a agradável sensação que fica para quem voa nas asas da PANAIR por este imenso e belo Brasil. Quantas lembranças das muitas viagens já realizadas por essa Companhia Aérea que é um orgulho para todos nós brasileiros. E por falar em viajar, para o ano, seria ótimo ir à Copa da Inglaterra. Ou, então, ir à Disneylândia. Nesse caso, a viagem só terá graça se for feita pela PAN AM.